Dicas para uma redação imparcial e objetiva

DICAS DE REDAÇÃO

 

Você quer brilhar no vestibular? Vai disputar uma vaga em concurso pra lá de concorrido? Sonha sentar-se na cadeira do chefe? Acredite. A redação faz a diferença. Um texto elegante, capaz de veicular com clareza e simplicidade a mensagem que a gente quer transmitir, não é dom divino. É técnica. Trata-se de conquista pessoal, exercício diário de desapego e humildade. Ao escrever, lembre-se das dicas do estilo eficiente.

 

UMA

Seja natural: fique à vontade. Imagine que o leitor esteja à sua frente. Converse com ele. Não fale difícil. Espaceje suas frases com pausas. Confira ao texto um toque humano. Você está escrevendo para as pessoas.

 

DUAS

Vá direto ao assunto: não enrole. Comece pelo mais importante. E comece bem, com uma frase atraente, que lhe desperte o interesse e o estimule a prosseguir a leitura. No final, dê-lhe o prêmio – um fecho de ouro, como inesquecível sobremesa a coroar um lauto almoço.

 

TRÊS

Use frases curtas: a pessoa só consegue dominar determinado número de palavras antes que os olhos peçam uma pausa. A frase muito longa dá trabalho, confunde. Por isso, use sentenças de, no máximo, uma linha e meia. Lembre-se: uma frase longa nada mais é do que duas curtas.

 

QUATRO

Prefira palavras breves e simples: vocábulos literários e científicos funcionam como cortina de fumaça entre você e o leitor. Seja simples. Entre duas ou mais palavras, a coloquial e mais expressiva. Deixe a erudita para quem adora empolação. Em vez de sufragar, escreva votar; em lugar de corte, pretório ou colegiado, tribunal; de pleito, eleição; de pretório excelso, corte suprema ou doutíssimo colegiado, Supremo Tribunal Federal; de julgador ou órgão decisório, juiz; de patrono, causídico ou defensor, advogado; de inconformação, recurso; de contestação, resposta; de demandante, demandado, postulante ou peticionário, réu; de objetivar, intentar ou tencionar, pretender; de ingressar, entrar; de regressar ou retornar, voltar. 

Recorra à palavra 'usuário' quando não houver outra para substituí-la: usuário de computador ou usuário de elevador.

Nos demais casos, evite-a ou substitua-a por outra:

Usuário de ônibus, avião, trem, navio, táxi e Uber é passageiro, usuário de rodovia é motorista, usuário de drogas é consumidor de drogas e usuário de praias é banhista ou turista.

 

CINCO

Ponha as sentenças na forma positiva: diga o que é, não o que não é. Quer exemplos? Não ser honesto é ser desonesto; não lembrar é esquecer; não dar atenção é ignorar; não comparecer é faltar; não pagar em dia é atrasar o pagamento; não acreditar é duvidar; não aceitar é negar; não ser possível é ser impossível; não alterar é manter; não ser algo é deixar de ser.

 

SEIS

Opte pela voz ativa: ela é mais direta, vigorosa e concisa que a passiva (a passiva, como o nome diz, parece sem força, desmaiada). Prefira um raio provocou o blecaute a o blecaute foi provocado por um raio.

 

SETE

Abuse de substantivos e verbos: escreva com a convicção de que no idioma só existem essas duas classes de palavras. As demais — como adjetivos, advérbios, pronomes, conjunções, aumentativos, diminutivos e superlativos — devem ser usadas com a sovinice do Tio Patinhas. Na dúvida, deixe-os pra lá: (Normalmente) ao redigir textos (informativos), use substantivos (fortes) e verbos (expressivos).

 

OITO

Seja conciso: não diga nem mais nem menos do que você precisa dizer. Cultivar a economia verbal sem prejuízo da completa e eficaz expressão do pensamento tem dupla vantagem. Uma: respeita a paciência do leitor. A outra: poupa tempo e espaço.

 

NOVE

Dê clareza às citações: dificultar a compreensão do texto é pôr uma pedra no caminho do leitor. Pra quê? Facilite-lhe a vida. Nas declarações longas, não o deixe ansioso. Identifique o autor imediatamente — antes da citação ou depois da primeira frase. Veuillot ensina: “É preciso escrever com a convicção de que só há duas palavras no idioma — o substantivo e o verbo. Ponhamo-nos em guarda contra as outras palavras”. Ou: “É preciso escrever com a convicção de que só existem duas palavras no idioma: o substantivo e o verbo”, ensina Veuillot. “Ponhamo-nos em guarda contra as outras palavras.”

 

DEZ

Escolha termos específicos: há palavras mais precisas do que outras. Gato siamês é mais singular do que simplesmente gato; homem, mais do que animal; laranjeira, mais do que árvore; árvore, mais do que planta ou vegetal.

Escrever “foi um período difícil” constitui uma vagueza. “Estive desempregado durante três meses” dá o recado.

Não foi por acidente que Gonçalves Dias compôs: “Minha terra tem palmeiras/ Onde canta o sabiá”. Se tivesse dito “Minha terra tem árvores/ onde canta o pássaro”, seus versos estariam mortos e enterrados. Sem direito a missa.

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O padre Antônio Vieira ensina: “O estilo pode ser muito claro e muito alto. Tão claro que o entendam os que não sabem. E tão alto que tenham muito que entender os que sabem.”

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